Desemprego

Hoje é o dia da independência do Brasil. Foi há 199 anos que Dom Pedro deu o famoso grito do Ipiranga nos tornando independentes de Portugal. Contudo, poucos são ainda os motivos que nos levam a comemorar o dia de hoje.
Afinal, estamos diante de uma crise hídrica e um dos maiores desempregos da história do país. Embora a taxa de desemprego tenha melhorado um pouco, caindo de 14,6% no primeiro trimestre deste ano para 14,1% no segundo trimestre, ela ainda atinge 14,4 milhões de brasileiros.
Para Maria Andreia Lameiras, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é o aumento no número de trabalhadores por conta própria que está puxando essa melhora e não o aumento de empregados com carteira assinada.
Brasil ainda vive tempos de incerteza
O desemprego no Brasil é um dos maiores desde 2012 quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) começou a fazer o levantamento. Até a chegada da pandemia a taxa de desemprego nunca havia passado dos 14%.
Na comparação com o ano passado houve inclusive um crescimento do desemprego em 12,9%. Para conseguir se virar, muita gente se tornou profissional autônomo, como vendedores ambulantes, uber, entregador de aplicativos e por aí vai.
Ou seja, muitas pessoas que não possuem renda formal, mas precisam sustentar a família, tiveram que encontrar no trabalho informal uma perspectiva de conseguir fazer renda e por isso acabaram migrando para esse tipo de profissão.
Segundo os números do IBGE, foram gerados 2,1 milhões de novos postos de trabalho entre o primeiro e segundo trimestre deste ano, sendo que quase metade desse contingente (1 milhão) que voltou a trabalhar foi de profissionais por conta própria.
Esses profissionais autônomos, formais ou informais, somaram um total de 24,8 milhões de pessoas em junho deste ano, sendo esse o maior número de trabalhadores já registrados nesta categoria desde o início do Pnad em 2012.
Veja também:
- Como funciona o parcelamento no cartão de Crédito
- Pagamento por aproximação: saiba como evitar fraudes!
- Samsung e Mastercard desenvolvem cartão com leitor de digitais
Renda média também caiu no Brasil
Embora o desemprego tenha melhorado um pouco neste segundo trimestre de 2021, a renda média dos brasileiros caiu. O ganho médio dos trabalhadores era de R$ 2.651 em setembro do ano passado e caiu 8% para junho deste ano, atingindo o valor de R$ 2.434.
Segundo o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo, o que fez a renda média dos brasileiros cair foi o aumento no número de profissionais informais, que geralmente possuem uma renda menor.
Para se ter uma ideia, em junho, enquanto os funcionários registrados em carteira ganhavam em torno de R$ 2.375 por mês, os profissionais autônomos e informais ganhavam em média R$ 1.423.
Por isso, quando você traz 1 milhão de novos profissionais autônomos para o contingente de trabalhadores, a tendência é de que o rendimento médio realmente caia, mas isso não quer dizer que os profissionais com carteira assinada tiveram queda de ganho.
Desemprego foi maior entre as classes mais baixas
De acordo com a pesquisa do IBGE, as classes sociais mais baixas são as que mais sofrem com o desemprego no país. Inclusive, o desemprego também é maior entre as mulheres do que entre os homens.
Só para ilustrar, a taxa de desemprego entre os homens é de 11,7% ao passo que entre as mulheres é de 17,1%. Além da desigualdade de gênero, também é possível observar uma desigualdade racial no índice de desemprego.
Até porque, entre os brancos a taxa de desemprego é de 11,7%, ou seja, abaixo da média. Já a taxa de desemprego entre os pretos é de 16,6% e entre os pardos de 16,1%, ambos acima da média. Além disso, entre as pessoas com ensino médio incompleto o desemprego chega a bater 23% ao passo que entre os profissionais com ensino superior completo a taxa é de apenas 7,5%.
Portanto, é possível ver que a pandemia também colaborou para o aumento das desigualdades no país, sejam elas de gênero, racial e social, mostrando assim que temos inúmeros problemas ainda por resolver.
Gostou deste artigo? Então não deixe de compartilhar com todos os seus amigos e parentes nas suas redes sociais e nos ajude a disseminar o conhecimento.