Brasileiros endividados com o FIES

Qualquer pessoa sonha em crescer profissionalmente e melhorar a sua condição de vida. Esse é o caso de inúmeras pessoas que nascidas na periferia recorrem ao FIES para cursar o ensino superior em busca de uma melhor colocação no mercado.
No entanto, para muitas delas o sonho se tornou um pesadelo. Pois, assim que terminaram a faculdade se viram diante de um mercado altamente competitivo, e além de não conseguirem colocação ainda começaram a ser cobradas para pagar o FIES.
Sem condições de fazer o pagamento, muitos brasileiros tiveram o nome negativado, e como consequência perderam o acesso ao crédito, dificultando ainda mais a vida. Situações como essa se tornaram ainda piores durante a pandemia.
Inadimplência recorde do FIES
Para se ter uma ideia sobre a dificuldade do atual momento, em julho do ano passado, 54,3% dos contratos assinados com o FIES não foram pagos. Os dados são do Ministério da Educação, que é responsável pelo Programa.
Atualmente o FIES conta com cerca de 1 milhão de inadimplentes, que são pessoas que estão com atrasos superiores a 90 dias no pagamento das parcelas. Especialistas ouvidos pela BBC News disseram que o governo precisa estudar formas de facilitar ainda mais o pagamento das parcelas.
O Ministério da Educação, em nota emitida para a BBC News disse que está estudando em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a publicação de uma nova renegociação de dívidas, embora não haja previsão de quando isso tende a ocorrer.
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O sonho de ganhar dinheiro ao concluir o ensino superior
Um dos casos narrados pela BBC News foi o de Michele que acreditava que iria se formar e ganhar R$ 7 mil por mês. Ela iniciou o curso superior em 2012 no auge do FIES. No entanto, quando se formou em 2016 a realidade foi outra.
Quando ingressou na faculdade ela trabalhava em uma cooperativa de crédito, e por isso escolheu entrar no curso de Administração de Empresas. O sonho dela era conseguir uma colocação melhor no local.
Contudo, ao terminar o curso o seu sonho tornou-se um verdadeiro pesadelo. Pois, ela se viu desempregada, sem renda e com um filho pequeno para criar. Assim que o FIES começou a cobrar as parcelas, ela sequer cogitou pagá-las por não ter condições financeiras.
Como resultado, Michele até hoje não conseguiu uma recolocação na sua área por conta da restrição financeira que possui no nome. Afinal, o seu sonho é trabalhar em instituições financeiras que avaliam esse critério no momento da seleção.
Sonhos que viraram pesadelo
Assim como Michele, diversos outros brasileiros viram os seus sonhos tornarem-se verdadeiros pesadelos na hora da formatura. Afinal, o diploma que tanto sonhavam não foi garantia de emprego para eles.
É importante destacar que o FIES tem um papel fundamental na economia, uma vez que 3 em cada 4 estudantes estão matriculados em instituições de ensino superior particular. No entanto, é preciso pensar bem no futuro.
Dessa forma, ao assumir uma parcela lá na frente, o estudante precisa avaliar se com a renda atual ele consegue absorver essa parcela. Caso não consiga, é muito arriscado acreditar que logo após a formatura ele conseguirá um emprego melhor.
Até porque, o desemprego segue em alta no Brasil com uma taxa de 14,6% no trimestre encerrado em maio, segundo o IBGE. Esse percentual corresponde a aproximadamente 14,8 milhões de desempregados.
Portanto, enquanto o governo estuda o refinanciamento das dívidas, cabe ao estudante ponderar melhor antes de entrar nesse financiamento. Gostou deste artigo? Então não deixe de compartilhar com todos os seus amigos e parentes nas suas redes sociais.